Brasileira Martine Grael torna-se pioneira em circuito de vela com predominância masculina | Flashscore.com.br

por Nada Em Troca
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Brasileira Martine Grael torna-se pioneira em circuito de vela com predominância masculina | Flashscore.com.br

A brasileira Martine Grael, duas vezes medalhista olímpica, tornou-se a primeira mulher a pilotar um F50 este ano, um catamarã capaz de atingir 100 km/h usado no circuito SailGP. Isso representa um progresso significativo em um ambiente predominantemente masculino.

A equipe brasileira está atualmente na 10ª posição em um campeonato de alto nível que reúne 12 equipes nacionais que competem em match races (frente a frente) em regatas offshore.

Devido ao mau tempo, as regatas programadas para este sábado (13) em Saint-Tropez tiveram que ser canceladas. Portanto, os resultados de sexta-feira, onde o barco brasileiro ficou em 8º lugar, serão considerados.

Após um acidente espetacular na Alemanha há três semanas, o time brasileiro começou a trabalhar para consertar seu barco e conseguir largar na etapa deste fim de semana no sul da França.

“Missão cumprida”, disse Martine Grael, de 34 anos, rosto e principal trunfo desta jovem equipe, em seu primeiro ano no circuito SailGP, na véspera da regata.

“Estou muito orgulhosa do que conquistamos até agora. Nosso objetivo é aprender o mais rápido possível para lutar pelas primeiras posições. Ainda não chegamos lá, mas o momento é bom”, diz ela, confiante.

Natural do Rio e membro de uma ilustre família de velejadores, Grael conquistou o ouro olímpico na vela (49erFX no Rio e em Tóquio) antes de embarcar na Volvo Ocean Race, uma regata de volta ao mundo com paradas e tripulação.

No final do ano passado, Grael foi convidada para ser a primeira mulher piloto na SailGP, que reúne alguns dos melhores velejadores do mundo desde 2019, incluindo o neozelandês Peter Burling, o australiano Tom Slingsby e o britânico Dylan Fletcher.

“Orgulho e responsabilidade”

“Eu estava muito motivada. As regatas aqui são épicas: são muito intensas, rápidas e as situações mudam constantemente. Você sempre tem que se antecipar ao que está por vir, e isso é algo que eu adoro”, disse a brasileira à AFP.

Pioneira em sua área, a pista havia exigido, em 2022, a presença de pelo menos uma mulher em cada tripulação de seis pessoas a bordo dos F50s. Mas o papel de piloto, o mais importante, sempre foi desempenhado por um homem.

“Ela foi escolhida por ser a melhor velejadora do seu país”, afirma Julien di Biase, diretor de operações da SailGP desde a sua criação. No mundo da vela, historicamente dominado por homens, o desenvolvimento causou comoção.

“Quando estou competindo, não penso nisso, mas também sei que represento 50% da população mundial. É um motivo de orgulho e uma responsabilidade”, observa Grael.

Na opinião de Manon Audinet, membro da tripulação da equipe francesa, “o desempenho de Martine mostra que a exigência inicial de incluir uma mulher foi um bom começo.”

“No papel, pode ter parecido pejorativo, mas provamos que merecíamos nosso lugar a bordo, conseguimos ganhar experiência e sinto que estamos apenas no início do impulso”, afirma.

Em seus novos regulamentos oficiais, adotados neste verão europeu, os organizadores da próxima America’s Cup, a rainha das regatas e o troféu esportivo mais antigo do mundo, estipulam que, a partir de agora, as cinco melhores tripulações devem incluir pelo menos uma mulher.

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