Benzema aponta falta de conexão no Real Madrid: “Mbappé tem que marcar, mas não sozinho”

O atacante Karim Benzema analisou o difícil momento do Real Madrid e apontou a falta de entendimento coletivo como o principal desafio para Xabi Alonso. Em entrevista ao L’Équipe, o ídolo merengue destacou que um elenco repleto de estrelas pode gerar choques de ego, mas reforçou que o sucesso depende da capacidade de cada jogador entender seu papel.

“O que falta para eles é só uma conexão. Entre , , , . Cada um precisa saber o que fazer em campo. Bellingham tem que entender que é o armador, não o artilheiro. Mbappé é o artilheiro, não o armador. Vinicius não é o volante, é o ponta-esquerda. Quando cada um sabe seu papel em campo, está resolvido”, afirmou.

Não é culpa do técnico. Ele não pode fazer nada. Tem os nomes e escala os melhores, depois, é entre os jogadores. Se seu companheiro é melhor que você, tem que aceitar. O problema é quando você não aceita. Por isso surgem problemas quando há cinco ou seis craques juntos. No , não tem um jogador mais experiente para dizer ao Bellingham, ao Mbappé ou ao Vinicius o que está errado. O treinador, na minha opinião, fala, mas de outro jeito”, opinou.

Ao falar de Mbappé, um dos líderes do time na temporada, o atacante foi direto e cobrou protagonismo nos momentos decisivos.

“Ele faz muitos gols e vai continuar marcando. Mas o mais importante para o Mbappé é que o Real o contratou para, nos momentos decisivos, fazer o time vencer. É essa pressão que ele precisa assumir e dar esse passo de liderança no ataque… Mas atenção: não sozinho, junto com os outros“, declarou.

: “O melhor do mundo”

A relação de com a seleção francesa também entrou em pauta. O craque rejeitou qualquer ideia de missão inacabada com os Bleus.

Todo jogador que vai para a seleção quer ganhar uma Copa do Mundo, quer ganhar a Euro. Mas por que incompleto? Fiz o que pude. Tentei, estive lá. Não deu certo, acontece. Fiquei seis anos sem jogar pela seleção (2015-2021). Voltei, ganhei a Liga das Nações em 2021. Fomos para a Euro, fui destaque (4 gols), mas fomos eliminados. Faz parte da vida”, disse.

Com a Copa do Mundo de 2026 no horizonte, Benzema não descartou um eventual retorno e voltou a demonstrar carinho por , cotado como possível treinador da França.

“Quem não quer jogar uma Copa do Mundo? Todo mundo sonha com essa competição. Agora, se me perguntarem se podem me convocar… Como sou apaixonado por futebol e competição, se você me chamar para jogar uma Copa do Mundo pela França e eu disser não, estaria mentindo“, brincou.

“Ninguém sabe o que pode acontecer. Se um dia o for técnico da seleção francesa, desejo tudo de melhor para ele. De qualquer forma, Zizou vai vencer. Não importa o clube, a seleção. Onde for, ele vence. Sempre conversamos. Temos uma relação incrível. Zizou, pelo que fez em Madrid, é o número 1 dos treinadores”, garantiu Benzema.

O atacante também dedicou elogios a Ousmane Dembélé, estrela do e vencedor da Bola de Ouro.

Na minha opinião, não se fala o suficiente sobre ele. O que ele fez no PSG foi algo nunca visto. Não dão o devido valor para ele porque, na verdade, ele é o melhor jogador do mundo. Ele veio de longe, sofreu com lesões, teve uma passagem pelo … Não era o tipo de jogador que se pensava: ‘Talvez um dia ganhe a Bola de Ouro’. Ele estava longe disso e provou o contrário”, destacou.

Futebol saudita: adaptação difícil, evolução rápida

Benzema deixou o Real Madrid em 2023 para se juntar ao , na . Desde então, disputou 74 jogos, marcou 49 gols, deu 17 assistências e descreveu o processo de adaptação a um futebol completamente diferente.

“No começo, foi um pouco difícil. Para mim, foi uma mudança radical. Conheci um futebol diferente, uma mentalidade diferente. Foi como começar do zero. Na minha primeira temporada (2023/24), fui mediano. Bem mediano mesmo (9 gols e 8 assistências em 21 jogos). Já na segunda temporada, foi muito, muito boa. Voltei a sentir confiança (21 gols e 9 assistências em 29 partidas)”, detalhou.

Sobre a liga, Benzema rejeita a visão de um futebol fraco.

“Em três anos, o futebol evoluiu bastante. Está mais físico, rápido e ainda vai melhorar. Na Copa do Mundo de Clubes, vimos que o Al-Hilal encarou o  (1 a 1) e eliminou o (4 a 3 após prorrogação, nas oitavas de final). Então não pense que é fácil jogar aqui! Não está no nível da Europa, mas não está tão longe“, avaliou.

E o futuro?

Questionado sobre um possível retorno ao para encerrar a carreira no clube que o revelou, Benzema demonstrou carinho, mas também cautela.

“É complicado dizer ‘quero voltar para lá’, porque deixei uma imagem tão bonita… Nunca se sabe o que pode acontecer. Não é medo de voltar. Às vezes, é melhor deixar as coisas como estão. Ajudar o clube, talvez em outra área… Mas jogar, não sei“, admitiu.

De olho no pós-carreira, o atacante revelou planos de seguir ligado ao futebol.

“Quero transmitir minha visão de futebol, o futebol que eu gosto. Não vou dizer que esse futebol está se perdendo, mas gostaria de ver nos mais jovens porque tudo começa na base. Tenho vontade de fazer esse tipo de coisa. Diretor esportivo ou presidente de um clube? Pode ser isso, ou talvez virar treinador, ou outras funções. Gosto de tudo que está perto do campo”, contou.

Este artigo foi útil?
Gostei0Não Gostei0

Related posts

Hamilton e o momento mais difícil da carreira: “Estou ansioso para terminar a temporada”

Arrascaeta iguala Pedro e se torna maior artilheiro do Flamengo em Mundiais

Piastri supera Norris em treino livre dominado pela McLaren no GP do Catar de F1