Todos nós já estivemos lá. Você serve uma refeição digna do Instagram preparada com carinho e seu filho torce o nariz como se você tivesse oferecido a ele um prato de mingau. Respire com calma. A alimentação exigente é uma peculiaridade comum na infância, mas como saber quando isso se torna mais sério?
Primeiro, vamos abordar o elefante na sala (ou, mais precisamente, o brócolis na mesa). A alimentação exigente, por si só, não é necessariamente um problema. É normal que as crianças passem por fases em que privilegiam determinados alimentos ou texturas. Então, qual é a linha entre um “blech, ervilhas!” e um motivo de preocupação? Aqui estão quatro problemas de alimentação exigente para ficar de olho.
1. A Grande Recusa Alimentar
O seu filho está recusando grupos alimentares inteiros, como todos os vegetais ou todas as fontes de proteína? Embora não haja problema se ele não for fã de tudo, uma aversão completa a categorias inteiras pode indicar deficiências nutricionais. (Você sabia que baixos níveis de zinco podem afetar o apetite e fazer com que as crianças evitem carne?) Muitos pais aceitam a recusa alimentar até uma certa idade (geralmente 7 ou 8 anos, de acordo com psicólogos do Child Mind Institute) e então finalmente decidem que têm um problema. Mas quanto mais tempo a criança evita um grupo alimentar, mais difícil é fazê-la experimentar novos alimentos.
2. O reflexo estridente da mordaça
Seu filho engasga, vomita ou demonstra extrema angústia ao ver, cheirar ou tocar certos alimentos? Isso pode ser um sinal de aversão alimentar sensorial, que é importante discutir com um pediatra ou terapeuta. É mais comum em crianças com TEA e pode ser desencadeada por textura, temperatura, cor e cheiro. Em muitos casos, uma experiência negativa pode fazer com que a criança elimine uma categoria de alimento. Por exemplo, seu filho engasga com um pedaço de pepino e depois rejeita qualquer coisa verde com medo de que possa ter o mesmo efeito.
3. O gráfico de crescimento azul
O crescimento do seu filho está caindo fora dos gráficos? Se sua alimentação exigente está levando à perda de peso ou ao desenvolvimento deficiente, é hora de pedir orientação ao pediatra. Aqui está um gráfico para meninos e outro para meninas do CDC para você conferir.
4. O fator medo
Seu filho apresenta extrema ansiedade ou medo em relação a novos alimentos? Isso pode ser um sinal de ARFID (Transtorno de Ingestão Alimentar Evitativa/Restritiva). De acordo com KidsHealth.org, o ARFID começa em uma idade mais jovem do que outros transtornos alimentares e é mais comum em meninos e crianças com TEA. Os sinais de ARFID são negar estar com fome, medo de novos alimentos, uma forte reação ao cheiro ou textura e medo do que pode acontecer se comerem, como dores de estômago e engasgos. O filho de um amigo tem medo de engasgar e está trabalhando com uma terapeuta alimentar que começou explicando como funciona a digestão.
Aqui estão algumas dicas testadas em batalha para lidar com os problemas dos comedores exigentes.
- Comece pequeno. Se seu filho tem aversão a um determinado alimento, apenas colocá-lo na mesa pode ser o primeiro passo.
- Faça da hora das refeições uma experiência positiva. Livre-se da pressão e concentre-se em criar uma atmosfera divertida e descontraída. Toque música. Ria de respingos ou bagunças. Vista-se de verde da cabeça aos pés e faça seus filhos te chamarem de “Mulher Brócolis” a noite toda.
- Ofereça opções dentro de limites. Apresente duas ou três opções saudáveis.
- Não force. Se você disser “só uma mordida” e seu filho der uma mordida, considere isso uma vitória e siga em frente.
- Não espere mudanças da noite para o dia. Dr. Jerry Bubrick, do Child Mind Institute, diz que tem uma regra com os pacientes. Como leva tempo para se adaptar a novos sabores e texturas, ele diz que as crianças precisam experimentar um alimento três vezes antes de afirmarem que não gostam dele.
Se você perceber que o problema alimentar do seu filho é maior do que você consegue aguentar, está tudo bem. Algumas dessas ideias podem não funcionar e você precisa procurar a ajuda de um médico, de um terapeuta especializado em distúrbios alimentares ou de um terapeuta ocupacional.
E mãe, tente não levar isso para o lado pessoal. Você não é uma mãe ruim se seu filho só come nuggets e fatias de maçã. Com um pouco de compreensão, paciência e ajuda, vocês podem navegar nessa fase juntos e, com sorte, criar um pouco de comida no processo!
O que você tentou fazer para resolver seus problemas de alimentação exigente?